segunda-feira, 4 de maio de 2020

Depois das Tormentas (After the Ordeal)

Desconfinamento é a palavra de ordem. Vem aí a tentativa de imunidade de grupo.

Poucos professores estarão neste momento a pensar em Licenças. Acredito, até, que este ano haverá uma baixa considerável nos pedidos.

Plano adiado...mais um.

Este estado de coisas levou-me a refletir neste post sobre "planos".
Plano concretizado, plano adiado, plano furado.

Hoje, provavelmente, fica a sensação que não podemos adiar planos, porque se o fizermos aparece uma pandemia, uma crise financeira, um acidente, um problema de saúde, um atraso qualquer, que nos estraga.... os planos.

As férias, a mudança de carreira, o time-out desejado, ficam na gaveta.

Embora sem planos neste momento, estou, apesar de tudo, mais convencido de que ter pedido LSV, foi um dos planos não adiados mais importantes que concretizei. Hoje, por ventura, estaria a adiá-lo por mais um ano.

Outro plano que não adiei, foi a viagem da minha vida: quatro meses na América do Sul em 2005. Não sei se voltarei a viajar nestes moldes, mas frequentemente viajo nas memórias desse passado.
Eu, na reserva natural Esteros del Iberá, Argentina (2005).

No filme "Parasitas", depois da casa inundada da família protagonista, pai e filho, deitados num ginásio com outras centenas de vítimas da inundação, falam sobre planos. A determinada altura o filho pergunta ao pai se ele tem um plano, ao qual, convencido, responde:

"Ki-wook, sabes que tipo de plano nunca falha? Não ter plano nenhum. Se tiveres um plano, nunca na vida vai resultar."

Planos ou não, depois da Pandemia, não me apetece adiar mais nada:

"Ainda que a noite pese séculos 
sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século
a minha vida"
                               António Ramos Rosa

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