FINANÇAS:
Não há por onde escapar,
a questão monetária é uma obsessão.
Num tempo em que ainda não consegui substituir o salário de professor por outro
– a mudança de carreira está no limbo – tornou-se imprescindível monitorizar
exaustivamente os gastos, as despesas, o consumo, …
Ninguém entra nesta
“aventura” sem um bolo – o
pé-de-meia (ver post anterior “perna-de-ceroulas”). Ficando sem vencimento,
esse bolo vai ter que durar o máximo possível enquanto não surgem alternativas
profissionais. Vai-se cortando uma fatia (FININHA) de cada vez, na esperança
que, com alguma regeneração do bolo, ele não desapareça rapidamente. Ora, como
não consigo viver de rendimentos (o bolo não se reproduz), tenho mesmo que ir
cortando nele. E de facto ele deixou de ser redondo, e agora mais parece um
pacman.
No entanto, devo dizer
que com uma monitorização exaustiva, tenho conseguido manter-me acima das
expectativas. Deve-se essencialmente a 2 fatores:
· Redução
de despesas
· Rendimento
/ aplicações
Na redução de despesas, a
pandemia ajudou bastante: zero refeições
fora de casa; pouca ou nenhuma mobilidade com o carro; idas mais rápidas e
menos frequentes ao supermercado, etc. Acrescento: redução da potência
contratada para 3,45 kVa na electricidade; renegociação de preço mensal de
internet e; de uma forma geral um certo minimalismo no consumo.
Voltando ao bolo,
obviamente que algum está aplicado. Sou bastante conservador nos investimentos,
por isso, para já, tudo o mais clássico possível- certificados, juros de
depósito, PPR. No IRS,
declaro isto tudo, optando pelo englobamento, que permite recuperar algum dos
28% de IRS retidos na fonte, visto que não tenho outros rendimentos, e deduzir
ainda 20% do montante aplicado em PPR.
Claro que, actualmente,
não se pode esperar grande rendimento com juros tão baixos, nem a entrada em
acções me parece muito sensata com o mercado tão sobrevalorizado – muitos
analistas falam em inflação e queda. Admito que possa mais tarde, depois do
acerto dos mercados, investir algum do bolo em Ações (ETFs) a longo prazo, mas
tenho algumas dúvidas. Não estou a afirmar que não valha a pena, apenas não me
apetece complicar muito as coisas com acções e respectiva monitorização, etc.
Prefiro manter tudo simples e investir mais
tempo na procura de novas soluções profissionais que me permitam voltar a um
salário.
CONCLUSÃO:
da minha experiência até
agora, o mais importante foi (e é) reduzir
despesas. Faz muito sentido a expressão: no poupar é
que está o ganho. Dá
um prazer enorme escapar à obsessão consumista; ao chamamento das promoções,
dos centros comerciais, do objecto que na verdade não precisamos.
DESVANTAGEM:
Claro que a obsessão com
a poupança do bolo, do pé-de-meia, gera uma contradição:
Passo a explicar: minimalismo
nos gastos, nas despesas, pode levar ao enfraquecimento do processo de procura
de alternativas profissionais. Pode ser necessário investir alguma fatia do
bolo num curso de formação, numa viagem, na compra de uma “ferramenta” que
permita desenvolver uma nova actividade, etc. Poderia chamar a isto arriscar, e
de facto ultimamente não estou a sair da zona
de conforto, estando renitente a qualquer despesa extra. Resta me uma
consolação (que talvez sirva de desculpa): não apareceu ainda algo que sentisse
como fundamental para
investir de forma apaixonada uma parte do bolo a caminho da realização pessoal.
É como se depois de ter optado por um risco calculado de entrar em LSVLD, ainda não tenha percebido que, para alcançar objectivos, às vezes é preciso arriscar mais uma, e outra vez.
E o TEMPO…? Esse não espera!!!
Nota: partilhem a vossa
experiência, os vossos conselhos, comentem.
Obrigado
V.
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