Estive a reflectir sobre as principais condicionantes (encontro 3) para não pedir uma pausa na carreira docente.
- D.A.D.
Descendentes e Ascendentes Dependentes
Quando temos filhos, tudo passa para segundo lugar.
A satisfação profissional pouco importa quando temos obrigação de cuidar de familiares dependentes. À medida que o tempo passa, aparentemente a despesa não pára de aumentar.
Conheço professores que têm dois filhos no ensino superior, o que implica que um dos salários é gasto nessas despesas inerentes (alojamento, alimentação, viagens, etc.).
A acrescentar, os ascendentes começam a ficar cada vez mais dependentes e precisam de constante monitorização. Quem não conhece um/a professor/a que depois de "lavar a roupa" do menino que vai a casa ao fim-de-semana, tem de ainda lidar com alguma enfermidade incapacitante do pai ou da mãe.
Sente-se o sofrimento/insatisfação na escola como quem passa pelos pingos da chuva. Não existe procura do sentido para a vida, ele já existe- "Vivo para os meus filhos/pais". "Aguento tudo por eles"; "Não tenho alternativa"...
- C.A.P.
Os empréstimos por pagar à banca mantêm o tapete debaixo dos pés. Não havendo outro rendimento ou não tendo alternativas, cumprir com estas obrigações não permite fazer voar o tapete para outras "paragens". Ficamos presos a essas dívidas, a esse salário modesto, ganho à custa de uma despersonalização aguda.
- M.A.D.
"Não sei fazer mais nada"; "Como vou ocupar o tempo?"
Dedicamos tanto tempo na e para a escola que não sobra energia para outras atividades.
Quem nunca chegou a casa depois de um dia de aulas e ficou pelo sofá, completamente "out" a olhar para o tecto e a desejar que o tempo parasse para que o dia seguinte não chegue.
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